Vagueios indiscretos não guardados em mim

quarta-feira, 5 de maio de 2010

felicidade.

acordo com o toque da minha mãe. ela coloca levemente as mãos no meu corpo, ainda quente pelo cobertor. sinto a sua pele. o cheiro do seu perfume. a sua doce voz. pergunta como dormi. diz que vai sair de casa. dá-me um beijo, faz-me uma festa. e sai do quarto. nos instantes seguintes, volta , e deseja boa sorte para o tão esperado teste de história que ia ter. estava insegura, mas só o saber que tinha agora toda a confiança da minha mãe em mim, e a sorte dela, descansou-me... agradeci, e deixei-me dormir. mais tarde, acordei com o telemóvel. tinha passado tão pouco, mas parecera-me uma eternidade. lembrei-me mais uma vez das palavras da minha mãe, tentei lembrar-me da sua imagem naquela manhã, mas apenas uma figura desfocada me veio à cabeça. o sono não me deixara abrir os olhos. deixei-me ficar deitada até conseguir ganhar forças para me levantar. já pronta para o dia que também já estava meio perdido, peguei nos livros, depois de andar às voltas em casa. estava bastante tranquila. não tanto insegura.
passou-se bem o dia, no teste, por percaução, dobrei os objectivos e coloquei-os dentro da folha de teste. não os usei. tocou, e sentia-me maravilhada por uma vez na vida, sentir-me feliz, sem que nenhum imprevisto me tenha acontecido. saí da escola, e vivi um dos momentos melhores da minha vida. jantei tranquilamente. e mal me sentei aqui, a transmitir a minha felicidade, chovem mensagens. mensagens tristes. de desespero. contando contra-tempos. contando fins de grandes histórias. contando como se sentiam.
uma das perguntas que me vai na cabeça, é se, eu neste momento, depois de saber tudo o que sei, depois de querer ajudar perdidamente tantas pessoas que me dizem muito ou pouco, sou feliz? não tanto como antes, verdade. sei que há quem esteja a sofrer impacientemente. sei que há alguém que conta comigo. alguém que se calhar até já foi rejeitado por outros 'amigos' que tiveram o célebre pensamento do 'ainda bem que não é comigo'. hoje, sei que sou feliz, e que vou transmitir isso. porque com a minha felicidade, com o valor e confiança que depositaram em mim, ao contarem tanto, eu sou capaz de os ajudar, e aliviar de tanta dor quanto me for permitido.

sinto-me feliz , porque tenho amigos. e não porque o dia me correu melhor ou pior.

Sem comentários:

Enviar um comentário