Vagueios indiscretos não guardados em mim

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

as olheiras das amizades doentes, o sorriso triste das desilusões que por ela passaram. as palavras que o vento levou, as memórias que o tempo não quis deixar. os sonhos que tem e que não conta, as lágrimas e os gritos abafados na almofada. as vezes em que tem de se retirar porque o calor e o nervoso não a deixam estar quieta. as vezes que se magoou aos murros na parede. as cabeçadas na mesa. as portas que bateu. os pontapés que deu em tudo. e nada. e diz-lhe ela assim: nada te faz trazer de volta. nada te faz sentir o que eu sinto. nada te faz perceber que eu tenho um lugar na tua vida. assim como tu tens um na minha que precisa desesperadamente de ti. mas eu também tenho outra coisa. dignidade... e por aqui me fico, a bater nas teclas, a querer gritar e chorar e dormir e não acordar mais.