Vagueios indiscretos não guardados em mim

domingo, 28 de março de 2010

sinceramente, quando me deram aqueles papéis todos, eu nem fiquei assim tão assustada. tinha de lê-los, em frente a um microfone, calmamente, pausadamente, sentir o rubor na cara, as luzes direccionadas a mim, respirar lentamente. na verdade, eu gosto dessa adrenalina. estar com as mãos no papel, sentir o coração a bater muito muito fortemente, pensar em tudo. sentir os olhares atentos.
durante a minha vida, sou uma pessoa discreta, pelo menos, é o que sinto. odeio que olhem para mim. mas adoro aquela sensação. mesmo que perca a força nas pernas, ou que sinta os braços muito fracos, a cara quente e as mão geladas. mesmo que sinta que posso atrapalhar-me , ou que sinta que estou a ler o papel errado. adoro o facto de estar ali, mais alta, a fazer-me ouvir, a sentir que tenho de fazer passar a mensagem. estar a ler algo que já foi lido e relido, pensado e repensado, explicado e questionado. mesmo sendo discreta, gosto. o mesmo aconece com a inês. nunca se atreveria a chamar assim a atenção, mas adora fazer-se passear perante ainda mais gente. outra pessoa discreta, por sinal. a verdade é que todos adoramos uns minutinhos de atenção. isto não é uma crítica. encaro-o apenas como uma maneira de vos transmitir o que na verdade sentem. finalmente admitirem perante vós, que até é bom chamar a atenção e se correr mal, estiveram no auge durante um tempo. é tudo acerca da diversão , adrenalina e confiança.

sexta-feira, 26 de março de 2010

é estranho quando tudo parece estar bem e de repente não está.
a distância faz-nos sofrer, mas por vezes, é bem melhor do que a proximidade. o medo de desiludir, o medo de errar, o medo de magoar, de perder, de não sentir.
outras é melhor mesmo perder. perder pra não sofrer. ou sofrer pra não perder.
são os factos estúpidos da vida. não há uma regra para tudo. não há certezas. tudo o que acontece é relativo.
não há certeza de que amanhã vá respirar, de que tenha força para me levantar, de que não me apeteça chorar. de que não vou sofrer, nem perder. apenas sei que vou ter que arriscar. arriscar, sempre. pensar rápido. observar. tomar decisões. arriscar.
é tudo sobre arriscar. nunca ter certezas. agarrar tudo o que tens agora. não esperar o futuro no presente, nem desejar o passado. é ser feliz com o que podes, tens e, acima de tudo, o que queres. é ser feliz com a tua própria felicidade.

Everything´s conditional. You just can´t always anticipate the conditions

quinta-feira, 25 de março de 2010

é só uma coisa livre. podes senti-lo ou não.
podes querer ou não. podes perceber ou não.
de tudo o que já senti, este é simplesmente o mais estúpido de todos.
sinto-me primeiro triste. sem razão. depois pouco amada. com necessidade de um abraço forte, capaz de me fechar os olhos e fazer-me soltar umas lágrimas escondidas cá dentro. capaz de fazer-me pensar em tudo. uma confusão de sentimentos, onde me sinto rebaixada, mas onde sinto que se preocupam. onde me sinto eu. onde todas as gotas de tristeza se juntam com as de alegria. e onde o sentimento passa de melancólico a alegria súbita, sem explicação alguma. é claro que o chocolate ajuda, mas não há nada como um abraço