Vagueios indiscretos não guardados em mim

domingo, 28 de março de 2010

sinceramente, quando me deram aqueles papéis todos, eu nem fiquei assim tão assustada. tinha de lê-los, em frente a um microfone, calmamente, pausadamente, sentir o rubor na cara, as luzes direccionadas a mim, respirar lentamente. na verdade, eu gosto dessa adrenalina. estar com as mãos no papel, sentir o coração a bater muito muito fortemente, pensar em tudo. sentir os olhares atentos.
durante a minha vida, sou uma pessoa discreta, pelo menos, é o que sinto. odeio que olhem para mim. mas adoro aquela sensação. mesmo que perca a força nas pernas, ou que sinta os braços muito fracos, a cara quente e as mão geladas. mesmo que sinta que posso atrapalhar-me , ou que sinta que estou a ler o papel errado. adoro o facto de estar ali, mais alta, a fazer-me ouvir, a sentir que tenho de fazer passar a mensagem. estar a ler algo que já foi lido e relido, pensado e repensado, explicado e questionado. mesmo sendo discreta, gosto. o mesmo aconece com a inês. nunca se atreveria a chamar assim a atenção, mas adora fazer-se passear perante ainda mais gente. outra pessoa discreta, por sinal. a verdade é que todos adoramos uns minutinhos de atenção. isto não é uma crítica. encaro-o apenas como uma maneira de vos transmitir o que na verdade sentem. finalmente admitirem perante vós, que até é bom chamar a atenção e se correr mal, estiveram no auge durante um tempo. é tudo acerca da diversão , adrenalina e confiança.

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