Vagueios indiscretos não guardados em mim

domingo, 27 de abril de 2014

Meu Amor. Meu. E Amor.

Meu Amor. Sim, Meu Amor.
Meu Amor, revi isto na minha cabeça mais de mil vezes nos últimos dias e já não sei por onde começar.
Meu Amor, obrigada. Obrigada porque a única certeza que tenho quanto a isto é a de chamar-te Meu Amor. Meu. E Amor.
Meu Amor, foram já os meses que passei sem ti. Foram meses de viagem interior, de completa alegria (não me interpretes mal), de novas experiências. Experimentei, por exemplo, estar sozinha. Não te ter. E digo-te que ser Minha e só Minha me preencheu mais do que alguma vez me preencheu ser Tua e só Tua (não me interpretes mal). Devo pedir-te desculpa porque sempre fui dona do Meu nariz e precisei de pôr termo ao que era Nosso para poder, de facto, senti-lo na pele, debaixo da pele, a correr-me no sangue, a preencher-me. E agora? O facto de me apetecer chorar mais do que alguma vez me apeteceu desde que deixámos de ser Nossos assumidamente enquanto escrevo isto, Meu Amor, faz-me duvidar do que o futuro será (não me interpretes mal). Peço-te que não me interpretes mal porque nem eu me sei interpretar. E devia. Porque sou Minha e só Minha e mesmo assim não consigo fazê-lo.
Meu Amor, na verdade, só tu sabes o que é que eu quero neste mundo. Só tu é que percebes a minha confusão constante, a minha insatisfação constante, a minha revolta (ultimamente in)constante. E és, sem sombra de dúvida, Meu Amor, quem melhor consegue lidar comigo.
Meu Amor? Desculpa. E sei, por seres o Meu Amor, que não é isto que queres ouvir. Ou talvez seja. Na verdade, não sei. Porque tu és o Meu Amor, mas eu já não sou o Teu Amor. Porque eu agora sou Minha e só Minha e, por favor, não me interpretes mal, porque nem eu me sei interpretar. E devia. Porque sou Minha e só Minha e mesmo assim nao consigo fazê-lo. Desculpa precisamente por isso. Por seres o Meu. Por seres o Amor. E por eu ter o egoísmo de não ser o Teu, nem o Amor.
Meu Amor, eu sinto que não to dei. O Amor. E desculpa por fazê-lo escorrer agora pela minha cara, em gotas tão grandes, tão bonitas e tão tristes, Meu Amor, aquelas que só tu, até hoje, compreendeste e Amaste, sabendo que eram grandes e tristes e, mesmo assim, tão bonitas para ti.
Meu Amor, obrigada por Amares o Meu egoísmo, a Minha tristeza, a Minha agonia, a Minha nostalgia, a Minha melancolia, o Meu vício por estas matérias. Principlamente, Meu Amor, sim, por Amares o Meu Vício nestas matérias. 
Meu Amor, está a doer. E desculpa por estar a doer tanto. Não devia. Porque sou Minha e só Minha e era assim que devia ser. Dói. Não arde. Não arde porque as lágrimas são grandes, tristes, mas bonitas e escorregam, Meu Amor, por esta cara que sabes de cor e que, por ter sido Tua, um dia, foi apenas Amada e Amada. Não arde porque o Amor que não te dei, guardei-o e desculpa estar a deixá-lO fugir agora por entre estas pestanas que tu tão bem conheces. 
Obrigada, Meu Amor, por me teres Amado tanto, e por me fazeres doer agora, Meu Amor, que fui e não voltei, que vim e não voltei, e que quero tanto voltar (não me interpretes mal). Peço-te que não me interpretes mal porque nem eu me sei interpretar. E devia. Porque sou Minha e só Minha e mesmo assim não consigo fazê-lo.

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